“Quadros de família”
ter, 14/06/11
por Cris Maia |
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No lugar da natureza morta, tem arte viva! O quadro imponente, que chama a atenção na parede da sala de jantar, tem história para contar. Os talheres de prata pertenceram a Ondina, avó da arquiteta Letícia Muzetti.Era com eles que ela fazia todas as refeições quando era criança e morava na fazenda. A época? O ano de 1920. Eles são bem rústicos e simples, mas de prata, o metal da época, e têm um valor emocional muito grande.
Por isso, quando Letícia ganhou os talheres num saquinho de plástico, ela decidiu colocá-los em lugar de destaque na casa ao invés de guardá-los numa gaveta qualquer. As peças foram coladas numa placa de MDF pintada de branca. A montagem foi feita numa loja de molduras. E a moldura tinha que dar um ar de nobreza às esculturas.A escolha foi pelo dourado envelhecido. Ficou tão bonito que chama a atenção de todos que visitam a casa da arquiteta, inclusive da gente…
No corredor de acesso aos quartos há uma espécie de galeria de arte com quadros de fotos e lembranças da família. Em destaque estão dois nichos brancos.Em Num deles, com fundo de tecido em poá lilás, foram colocadas as sandálias de tiras douradas com couro todo poído, gasto pelo uso intenso. Elas eram as preferidas da arquiteta Letícia Muzetti durante a infância.
O calçado aparece em muitas fotos, inclusive no carnaval de 1970. Também tem outro nicho, com fundo em amarelo, que realça o tênis conga, sem cadarços, usado pelo irmão Domênio na década de 80.
No quarto da filha Beatriz, Letícia usou a mesma técnica para fazer uma composição bem legal.
Nos quadros ficaram a primeira sandalinha de plástico, o primeiro tênis e o sapatinho de couro branco usado por ela no batizado. Os nichos são iguais, o que muda é o tecido usado no fundo deles.
Cristina Maia é repórter da TV Globo há 14 anos, trabalha na EPTV, afiliada de Campinas. Está sempre buscando ideias criativas, que possam tornar nosso dia a dia mais aconchegante.
Daniel Cruz é paisagista há quatro anos. A utilização de materiais ecologicamente corretos e a preocupação em renovar objetos, dando a eles novas funções, faz parte da sua filosofia.
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