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quinta-feira, 31 de março de 2011

Já ouviu falar em retrofit?

Tem ascensão no Brasil o retrofit (retro, do latim, movimentar-se para trás. Fit, do inglês, adaptação, ajuste) ou, como preferem os acadêmicos, “renovação”, trata-se da adequação de um edifício antigo, tombado ou não pelo Patrimônio Histórico, para as necessidades contemporâneas e futuras, focando seus aspectos técnicos e reinserção urbana.

O retrofit está mais para a troca de equipamentos e instalações para tecnologias de ponta, atendendo às novas exigências de baixo consumo de energia e tecnologias menos poluentes.

Já a “renovação”, que é uma intervenção mais complexa, agrega o conceito de restauro e não desfigura as características arquitetônicas originais. A estrutura do imóvel é mantida e é feita a troca das instalações elétrica e hidráulica, de ar condicionado, elevadores, caixilhos etc. As instalações são agrupadas em sistemas inteligente permitindo que o edifício fique pronto para atender as demandas tecnológicas atuais e futuras de seus ocupantes.




O edifício antigo tem de estar à altura da concorrência dos que estão sendo lançados. Principalmente se for um edifício comercial. No setor coorporativo já nos habituamos com essa prática que viabilizou grandes negócios imobiliários no centro de metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo.
A boa nova é o sucesso de algumas remodelações em edifícios residências. Sucesso esse, que atingiu tanto o empreendedor como o usuário, e poderá beneficiar a cidade como um todo.

Recuperar é manter nossa história viva




No Centro de São Paulo existem imóveis que são candidatos ao retrofit
Alguns dos empreendimentos que já passaram por retrofit nem tiveram todos os itens básicos substituídos – como troca de caixilhos e adequação para reuso de águas. Ainda assim, se valorizaram, ao possibilitarem a reocupação aos imóveis ociosos e preservação da paisagem urbana.

No Centro de São Paulo e suas imediações existem imóveis que preenchem os requisitos para serem candidatos ao retrofit residencial. Edifícios degradados, localizados em áreas com infra-estrutura abundante, mas cujo metro quadrado tem baixo valor têm sido o alvo de investidores da construção civil. Afinal, imóveis com este perfil possibilitam, entre outras vantagens, ter uma obra rápida e de menor investimento em relação à construção que parte do zero.

A revitalização do centro de São Paulo poderá vir a ser realidade com a ocupação desses imóveis “renovados”. Bairros vizinhos que forem contagiados com essa transformação poderão desencadear uma melhoria na qualidade de vida da cidade.

Vale dizer, que o retrofit residencial também cabe em edifícios de alto padrão, como aconteceu no edifício Panorama, na Vila Nova Conceição, que passou de comercial - ali funcionou um setor da CET - a residencial.

Nesse caso, foi implantada uma premissa inversa ao que acontece na região central da cidade. Cobiçado por uma classe social de alto poder aquisitivo, o bairro tem um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, mas conta com boa oferta de prédios periféricos com valor depreciado devido à implantação do corredor da avenida Santo Amaro, no final da década de 80.

No livro “Três Cidades em um Século”, o professor, arquiteto e urbanista Benedito Lima de Toledo compara a cidade de São Paulo a um palimpsesto - pergaminho de pele de animal onde, na Antiguidade e Idade Média, escrevia-se poemas que depois eram apagados para dar espaço a novos textos, no geral de qualidade inferior.

Derrubamos a cidade de taipa, depois a cidade promovida pelos barões do café e construímos edifícios que alguns já vimos serem derrubados. Será que conseguiremos abandonar a prática de derrubar e apagar o nosso passado?
Credito para Mirna Zambrana

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