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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A extinção das Domésticas


A extinção das Domésticas

Apesar deste assunto já ter sido exaustivamente discutido em artigos de revistas, jornais, telejornais, somente agora consigo compreender todas essas informações. É natural não darmos importância aquilo que parece distante, que não nos diz respeito, até... nos encontrarmos lá, exatamente lá , bem no meio daquela situação. Quem ainda não teve algum problema com a sua empregada doméstica, faxineira, ou conhece alguém que esteja passando por isso? Se não sabe ou não passou por isso, certamente num futuro próximo saberá ou passará por essa experiência. Não estou rogando uma praga, mas falo de uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas. Não demora muito para aprendermos a viver sem elas, e de uma forma ou outra nos acostumaremos, assim como já acontece em muitos países. Eles possuem eletrodomésticos fabulosos e até as estruturas das casas facilitam a limpeza e dispensam a necessidade de uma empregada todos os dias.

Essa transição não será fácil, afinal a empregada doméstica está enraizada em nossa cultura. Mas até esse dia chegar, muitas donas de casa estão se descabelando com o cenário que se apresenta, com as distorções que estão surgindo. Nem preciso dizer que sou uma delas. Já inventei a teoria de que as boas empregadas estão com as patroas ruins e as patroas boas estão com as empregadas ruins. Gostaria de saber quem é a megera que está com a minha boa funcionária... Sim, porque tenho plena consciência de que existem patroas que não respeitam os seus direitos básicos, tratam mal, mandam fazer coisas absurdas, pagam mal, enfim, exploram suas funcionárias. E sinceramente eu não entendo porque fazem isso, afinal é um trabalho, precisa ser respeitado, até mais pelo fato de ser exercido em nossas casas, com nossos filhos, praticamente dentro das nossas vidas. E por conta dessa irresponsabilidade, muita gente boa paga o pato.

Em contrapartida, temos as funcionárias que não gostam de trabalhar como domésticas, mas querem trabalhar por conta do salário que anda inflacionado, devido ao sumiço delas atrás de melhores posições no mercado de trabalho. Acham que é fácil o serviço, às vezes nem sabem cuidar de uma casa, fazem de qualquer jeito. Mas a realidade é que não param em casa nenhuma, pois mais cedo, mais tarde, um dos lados da corda arrebenta, ou ela ou a patroa não agüenta. Assisti a uma reportagem outro dia, em que uma empregada doméstica tomava conta da casa e do consultório do seu patrão. Cuidava de tudo, ganhava um bom salário e estava sempre fazendo cursos para melhorar o seu trabalho. Fiquei maravilhada com aquilo, afinal essa é a ordem natural do crescimento em qualquer emprego. Mas o que dizer das funcionárias sem qualquer qualificação, às vezes até analfabetas, que querem ganhar o mesmo que aquela funcionária dedicada e esforçada ganha?????

Já entrevistei e admiti várias candidatas. Algumas ficaram dias, semanas ou meses, mas nenhuma completou ano desde que a minha primeira funcionária foi embora. Foram 11 anos comigo. Viu minhas filhas nascerem e crescerem. Mas estava cansada, com problema de saúde e precisou parar. Lembro que fiquei muito triste, assim como ela. Choramos bastante, afinal o vínculo é muito forte. Mas são coisas da vida. Faz um ano e meio que ela foi embora, e de lá pra cá, tenho um sonho recorrente: ao entrar em casa, encontro com ela em minha cozinha... fico tão feliz...só pode ser um sonho... é o que descubro ao acordar!!!

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