Quem não sonha com uma noite de sono tranqüila e agradável, depois de um dia de muito trabalho e compromissos? É, mas nem todos desfrutam desse privilégio, principalmente as pessoas que estão acima do peso. Comuns, entre os obesos, são problemas como insônia ou mesmo apnéia do sono (paradas repetidas e temporárias da respiração durante a noite, muitas vezes despercebidas pela pessoa, mas que atrapalham a qualidade do sono). "Isso ocorre devido ao acúmulo de gordura nas regiões do pescoço e barriga. Ao se deitar, essa gordura fica mais relaxada e pode obstruir a passagem do ar", explica a neurologista Dalva Poyares, professora da disciplina do Sono da UNIFESP/Escola Paulista de Medicina e coordenadora do Instituto do Sono.
Para ela, muitas pessoas com apnéia nem se dão conta disso pois, em muitos casos, não chegam a acordar. Segundo a médica, no entanto, para identificar o mal, basta ficar de olho nos sintomas: sonolência excessiva durante o dia, queda do nível de concentração e atenção, problemas de respiração, estresse, hipertensão e até depressão podem ser indícios de apnéia do sono. A diminuição do problema pode acompanhar a perda de peso, pois com menos gordura atrapalhando a passagem do ar, fica bem mais fácil respirar deitado.
Sono gostoso é sinônimo de bem-estar
Portanto, você tem mais um motivo para se empenhar em eliminar os quilos extras que, além de esteticamente indesejáveis, podem estar comprometendo o seu sono, e conseqüentemente, sua saúde e bem-estar, já que ele é fundamental para a qualidade de vida. "É através do sono que o organismo se regenera, produz hormônios e substâncias que proporcionam a renovação celular e o abastecimento de energia, estabilizando todas as funções fisiológicas importantes para o nosso equilíbrio físico e mental", comenta a nutricionista Roseli Lomele Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional, de São Paulo.
Com a vida cada vez mais atribulada, é comum as pessoas dormirem menos para dar conta de jornadas que incluem trabalho, estudo, cuidado com os filhos, ginástica etc. Na opinião de Dalva Povares, isso é péssimo. "Nunca devemos substituir o sono por outras atividades, principalmente, pela ginástica. Não adianta nada acordar cedo para malhar tendo dormido pouco", afirma ela, complementando que o corpo necessita de repouso e não vai responder positivamente aos exercícios se estiver cansado.
Dormir mal é péssimo para a saúde
Diversos estudos já comprovaram que quem dorme mal tem grandes chances de engordar. "Isso porque, em momentos de agitação, há uma maior liberação do cortisol, uma substância que inibe as ações de hormônios importantes como o GH, hormônio que, além de ser responsável pelo crescimento de crianças e adolescentes, cuida também da regulação da glicemia, do açúcar no sangue e da manutenção do vigor de músculos e pele", destaca a nutricionista Roseli.
Outro problema causado pela maior liberação do cortisol, de acordo com a profissional, é a diminuição da leptina, hormônio que dá a sensação de saciedade. Assim, o organismo, cansado demais, começa a estimular a fome: ele quer guardar energia para os momentos insones. "Este processo, portanto, contribui para o aumento da gordura corporal e conseqüente obesidade", argumenta a especialista.
Como na famosa questão, quem veio primeiro o ovo ou a galinha, o fato é que, se por um lado dormir mal engorda, por outro, quem é gordo tem tendência a dormir mal. Isso representa uma bola de neve, que só pode ser destruída com a perda de peso. Eliminando os quilos gradativamente, você passa a dormir melhor e, assim, consegue perder mais peso.
Portanto, quem tem boas noites de sono, tem mais facilidade para emagrecer, uma vez que o organismo se regenera de maneira adequada, mantém os hormônios nos níveis corretos, promove a renovação celular e a produção de energia necessária para realizar todas as atividades do dia seguinte. Segundo a nutricionista, uma noite bem dormida proporciona a perda de uma boa quantidade de calorias. Como essa perda é associada à idade e ao peso, a especialista cita, como exemplo, uma mulher de 25 anos e 60 quilos. "Com essas características, durante uma boa noite de sono de 8 horas, perde-se, em média, 413 calorias", esclarece.
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